Transporte universitário um apoio aos estudantes da região, no curso superior
"...Se não fosse o transporte eu não iria estudar, os custos ficariam altos"
REDAÇÃO – Ao longo dos anos a sociedade brasileira tem passado por vários processos de avanço, destacamos três: o avanço moral, cientifico e social. Este crescimento vivenciado nos últimos anos tem impulsionado o poder público a apoiar os estudantes a prosseguirem os estudos após a conclusão do ensino médio e ingressarem no curso superior. Na esfera federal temos o Programa Universidade para Todos (PROUNI) e também o financiamento de bolsas em faculdades particulares. Os estados da federação também têm se empenhados. Em Minas Gerais, por exemplo, o Governo oferece bolsa para cursos técnicos (PEP), para alunos que terminam o ensino médio. Os incentivos a educação também tem impulsionado o apoio por parte dos municípios, locais onde os alunos residem e muitos deles distantes das instituições universitárias, e o transporte até as faculdades se transforma em um empecilho para prosseguimento do curso, para quem não é bolsista, por exemplo, a situação complica ainda mais.  |
| Muitos alunos, de Vermelho Novo, não prosseguiria os estudos se tivessem que pagar o transporte. Desde 2009, ano em que iniciou o transporte gratuito,muitas pessoas decidiram estudar |
As prefeituras não são obrigadas a oferecer o beneficio, mas também não são proibidas. Para muitos alunos bolsistas ou não, o transporte oferecido gratuitamente para a faculdade, representa uma peça fundamental na engrenagem da construção do processo educacional.
O município de Vermelho Novo, assim como outros municípios da região, desde o ano de 2009 oferece o transporte universitário e também para cursos técnicos, para a cidade de Caratinga. Hoje são mais de 80 alunos que usam diariamente o transporte. Dayani de Souza antes mesmo de terminar o ensino médio conseguiu uma bolsa para Técnico em Floresta, e se não fosse o transporte gratuito ela teria desistido do curso. “Para mim que comecei meu curso antes mesmo de concluir o ensino médio, se não fosse o transporte ficaria muito difícil para eu estudar, acredito que nem iniciado”, falou a aluna. A situação de Bianca de Oliveira é diferente, ela não é bolsista, e tem que desembolsar mensalmente 680 reais para pagar o curso de Serviço Social, a futura Assistente Social reconhece o valor do transporte. “Olha! O transporte representa para nós um grande apoio. Eu, assim como outros alunos têm que pagar mensalidade, muitas delas em valores elevados e se tivesse que bancar o transporte muitos não teriam condições de estudar. Falo isso, pois essa é a minha realidade”, enfatizou Bianca, reiterando ainda “nós alunos temos que valorizar, pois muitos estudantes, colegas nossos, pagam caro pelo transporte”. Ulises Guedes é aluno do curso Técnico em Edificações e paga todo mês 330 reais e se tivesse que pagar o transporte... “Não tinha condições! Quando se fala em estudo em instituição particular não se tem apenas gastos com a mensalidade. Eu, por exemplo, além da mensalidade, tenho gasto com xérox, alimentação, apostilas etc. despesa que gira em torno dos 200 reais por mês. O transporte oferecido pelo município é um alivio para o nosso bolso”, contou o estudante. A prefeitura oferece também transporte gratuito a dezenas de alunos, qua ainda não concluiram o ensino médio, para o supletivo (SESEC), o ônibus leva os estudantes duas vezes por semana até à cidade de Raul Soares.
O município de Ubaporanga, também oferece o transporte, diariamente três ônibus atendem aos alunos. Admilson Rezende é um desses alunos que necessita do transporte. “Este transporte é muito valorizado por todos nós, pois se não fosse a gratuidade dele ficaria muito complicado pra gente. Alem das despesas com a faculdade, que já são muitas, o transporte gratuito alivia um pouco o nosso orçamento”, frisou Admilson.
Situação bem diferente vivida pela estudante de História Camila Dias, da cidade de Inhapin, toda semana ela paga 30 reais de transporte, somando uma quantia de 120 por mês. “Os alunos que não pagam o transporte tem sim muita sorte, pois eu pago 120 reais todo mês”, lamentou Camila, reiterando ainda que, “a maioria dos alunos trabalham para custear o curso, alem de ter que ajudar nas despesas em casa, tem que pagar do transporte, isso é uma faca em nosso orçamento”.
Despesa a mais que a aluna Milca Pontes, também não ficou livre. Ela mora na cidade de Raul Soares, e todo o dia percorre o trajeto de 80 quilômetros até Caratinga, além da distância ela tem que desembolsar 240 reais por mês se uma vez que a prefeitura não oferece o transporte. “O valor que eu pago pesa muito pra gente, temos despesa com xérox, alimentação, e outras despesas, principalmente a mensalidade. Se agente tivesse um transporte gratuito facilitaria muito para nós alunos universitário”, disse a aluna de do Curso de Letras. A aluna Luciana da Silva vive a mesma situação, ela mora na cidade de Entre Folhas que fica a 27 quilômetros da Caratinga. “É muito complicado para os alunos. Já fizemos várias reivindicações junto ao pode executivo, até mesmo, “baixo assinados” já foi encaminhada à prefeitura para pedir o transporte gratuito para a faculdade, mas o nosso anseio não foi atendido”, contou Luciana. Segundo a aluna a prefeitura mantém uma parceria com uma empresa de transporte coletivo, mas não atende realmente as necessidades dos alunos, “essa parceria com uma empresa gira em torno de 80 reais mensais, é o mesmo valor que eu pago no ônibus, porém o ônibus exclusivo para faculdade atende melhor a minha necessidade. Os alunos que tem o transporte gratuito devem valorizar. Isso é invejável!”.
A educação tem sido pauta de debates em todo Brasil e o acesso ao curso superior e tecnólogos, segundo os especialistas em educação eles são uma porta de avanço educacional. Para Maria Helena de Lima, pedagoga que atua no município de Vermelho Novo, o investimento por parte do poder público no setor é uma alavanca para a consolidação da melhoria da educação. “O município que investe no apoio aos alunos universitários está visando à formação de futuros bons profissionais. Eu e outras pessoas que estudaram na minha época sabemos da dificuldade para se chegar a Caratinga. Quantas e quantas vezes tínhamos que ir caminhando até Dom Corrêa, outras vezes de carona. E como o transporte era pago pesava em nosso bolso, muitos de meus colegas desistiram de estudar”, contou a pedagoga, reiterando ainda “os alunos que podem contar com este benefício tem que valorizar”.
Gasto financeiro, principal motivo alegado por muitos municípios que não oferecem o transporte para os alunos universitários.
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A NOSSA TV
Assista ao Vídeo:
Os depoimentos de alunos da região:
-Daiana de Souza, moradora da cidade de Vermelho Novo
"Os alunos que não pagam o transporte tem muita sorte, pois eu pago 120 reais todo mês..."
- Camila Dias, moradora da cidade de Inhapim
Admilson de Resende, morador de Ubaporanga
-Milca Pontes, moradora da cidade de Raul Soares
-Luciana da Silva, moradora da cidade de Entre Folhas
-Bianca de Oliveira, moradora de Vermelho Novo
Ulises Guedes, moradors da zona rural de Vermelho Novo
O conteúdo das opiniões repassadas a reportagem são de inteira responsabilidade do entrevistado, se uma vez que as entrevistas foram concedidas livremente pelo entrevistado.
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