quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Ecologia

Equipe do "União dos Vales" visita árvore centenária existente no município
A árvore pode ter 400 anos de idade
            VERMELHO NOVO - De baixo podemos avistar a imensidão da serra na divisa do município de Vermelho Novo com Manhuaçu. A serra Mãe de Deus, que fica localizada entre a cabeceira da comunidade do Bom Jardim, Viturino, interligando ainda com a serra do Sudário na comunidade dos Lopes, um dos pontos mais altos do município, em toda sua extensão a serra é coberta pela mata atlântica. A nossa reportagem visitou uma parte deste santuário ecólogico, na cabeceira da comunidade do Bom Jardim, para conhecer um pouco da beleza natural ainda existente na região, esse paraíso abriga uma raridade, uma árvore de jequitibá, a maior que se tem noticia no município de Vermelho Novo, e é uma espécie de árvore em extinção.


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                        Na serra o clima frio é propício para o cultivo do café, as lavouras fazem divisas com a mata preservada, todos anos centenas de toneladas do produto é produzido aqui. O solo rico em matéria orgânica, também, é fértil para outra culturas como o milho e hortaliças. Andamos entre as lavouras e antes de entrarmos na mata fechada pudemos avistar toda a região, o municipio de Vermelho Novo, Raul Soares e Caputira ficaram ao alcançe dos nossos olhos, uma imagem de cartão postal, que ficará para sempre gravada na memória de quem visita está maravilha em Vermelho Novo.

                Quando entramos na mata, o calor de quase 35º foi substituido por uma brisa fria e humida, sensação de alivio depois da longa caminhada. Seguimos na trilha mata adentro em busca de conhecer a maior árvore presente no município. Ao longo da subida senhor Paulo, o nosso guia e dono da própriedade, vai nos contando as histórias da floresta, lembrando a época da exploração madereira que ocorreu na decadá de 60 e 70, os restos de troncos ainda estão por lá, em meio a mata fechada. "Muitas e muitas árvores foram retiradas deste local, um pouco no ano de 1965 e outra parte depois em 1974, na época a lei ambiental permitia e insentivava o desmatamento",contou senhor Paulo Eliziário, reiterando ainda que "meu pai tinha muito ciúme deste local e por isso nós cuidamos com muito carinho, para que as próximas gerações possam desfrutar deste santuário ecólogico aqui existente". 
           Avançamos ainda mais na mata fechada, o verde das centenas de arvores se ajustam com o marrom das flolhas que se decompõem no chão, é o espetaculo da natureza presente aqui. A sombra das árvores abrigam especie da flora como a samabaia, a brejaúba, cipós que se contorcem para acompanhar a vida da floresta e flores espécies que só são encontradas em clima trópicais e regiões montanhosas. A força do vento derruba árvores, e uma delas caiu bem na trilha, tivemos que abrir caminho por outro lugar. A água refresca a mata a sede dos caminhantes.

           Depois de muito tempo de caminhada avistamos o gigante se despontando em meio a mata, o tamanho do jequitibá impresiona, e a surpresa é substituida pela curiosidade de saber o seu real tamanho, afinal pela previsão, a árvore tem aproximadamente 400 anos de idade. A outra, da mesma espécie, com essa estatura fica na zona rural de Caputira. Senhor Paulo, ajeita um cipó e com a ajuda de José Alves, se aproximam do gigante e medem o seu diâmetro, puxa aquí, mede alí e logo o resultado: 32 palmos de diâmetro e uma altura incalculável de vido o tamanho de seu tronco. Segundo senhor Paulo precisa de 6 a 8 homens para poder abraçá-lo. Mas o abraço maior ele já teve, ao seu redor várias árvores cuidam de sua proteção e quem sabe talves um dia elas também ocupem um lugar de destaque no meio da mata, algumas da mesma espécie já estão à caminho. Um momento raro assim tem que ser registrado, uma foto perto de um gigante como este, que rompeu os séculos é uma honra para os visitantes.

PAU-BRASIL

            Terminando o passeio fomos convidados a conhecer outra raridade, presente na mata, o pau brasil. Seguimos mais uma vez pela trilha no meio da floresta, temos mais uma vez abrir caminho entre a vegetação, descemos um pouco mais e encontramos a árvore que deu nome ao nosso país. Mesmo timída encoberta por um amontoado de cipós e folhagem, ela nos mostra a cor avermelhada, presente em um de seus troncos que caiu com a força do vento e do tempo, a madeira de cor avermelhada que encantou os olhos dos europeus, também encantou os nossos. Seu Paulo, afirma que na mata, além dessa, existe apenas mais uma árvore dentro da capoeira.

              Após conhecer a deslumbrante beleza presente na serra é hora da despedida, despedir de um santuário que guarda belezas naturais, que para nós é uma raridade e que ainda é pouco conhecido por muitas pessoas da região, porém se depender da força da natureza e com a proteção dos guardiões invisíveis da floresta,  tudo ficará preservado e guardado, por muitos e muitos anos, para que as futuras gerações possam contemplar esse santuário que desafios séculares para se formar.

Texto e Foto: Francisco Pinto

O pedaço de madeira mostra a cor avermelhada

Pau-Brasil em meio a mata



O clima dentro da mata fica frio e húmido mesmo durante o dia


32 palmos é o diâmetro do Jequitibá




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