Café vence minério em
distribuição de renda nas cidades mineiras
Fazenda em Três Pontas, no Sul de Minas:
o café gera emprego para quase 40% da população |
MINAS - Líderes das riquezas naturais de Minas Gerais, com
60% das exportações do Estado, café e minério de ferro têm comportamentos distintos
quanto ao seu impacto na economia das cidades onde são produzidos. Os cinco
maiores produtores de café de Minas têm, na média, melhor distribuição de renda
do que os seus equivalentes na mineração.
Lavoura de café na zona rural de Vermelho Novo |
O café é a base da economia de várioas municípios |
O Índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda, varia de zero a 1. Quanto mais próximo de zero, menor é a concentração. No caso das cidades mineradoras, o indicador médio é de 0,53, enquanto nos municípios que produzem café ele é de 0,49.
Qualidade de vida
Mas tanto nos municípios mineradores como nos cafeeiros, a pujança
econômica nem sempre se traduz em qualidade de vida do morador.
É o que revelam os dados publicados recentemente pelo Atlas do Desenvolvimento
Humano no Brasil, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Na balança, pesa em favor das cidades minerárias a melhor remuneração e, contra, a concentração de renda. Nos municípios cafeeiros, a distribuição de renda é melhor, mas o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é mais baixo. A baixa remuneração é destaque nas cidades produtoras de café. A renda média per capita é de R$ 661. Onde há mineração, atinge R$ 875. “Na mineração, com remuneração maior, se exige também qualificação do trabalhador, e por isso o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é melhor, uma vez que este indicador não mede distribuição de renda. No café, apesar de se pagar menos ao trabalhador, o impacto da atividade é bem maior, empregando mais pessoas”, analisa o pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP) João Batista Rezende.
A mineração, na média das cinco maiores cidades produtoras do Estado, emprega menos de 10% da população local. O agronegócio, por sua vez, gera emprego para quase 40% da população.
Maldição
Na balança, pesa em favor das cidades minerárias a melhor remuneração e, contra, a concentração de renda. Nos municípios cafeeiros, a distribuição de renda é melhor, mas o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é mais baixo. A baixa remuneração é destaque nas cidades produtoras de café. A renda média per capita é de R$ 661. Onde há mineração, atinge R$ 875. “Na mineração, com remuneração maior, se exige também qualificação do trabalhador, e por isso o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é melhor, uma vez que este indicador não mede distribuição de renda. No café, apesar de se pagar menos ao trabalhador, o impacto da atividade é bem maior, empregando mais pessoas”, analisa o pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP) João Batista Rezende.
A mineração, na média das cinco maiores cidades produtoras do Estado, emprega menos de 10% da população local. O agronegócio, por sua vez, gera emprego para quase 40% da população.
Maldição
O professor de estratégia da Fundação Dom Cabral, Paulo Vicente Alves,
explica que a “maldição dos recursos naturais” polui o IDH nas cidades
mineradoras. O IDH é formado por renda, longevidade e educação.
“Na Rússia, os maiores IDHs estão em locais isolados no deserto. Lá existe
mineração, ou seja, muito dinheiro e pouca gente. Aqui, as mineradoras investem
muito e empregam pouco”, afirma.
Embora tenha melhor distribuição de renda e maior empregabilidade, os municípios com produção de café possuem menor IDH, gerado por salários e escolaridade baixos. “O café também não paga royalty e gera menos impostos ao município. É outro indicador que pesa no IDH”, diz João Batista Rezende.
Embora tenha melhor distribuição de renda e maior empregabilidade, os municípios com produção de café possuem menor IDH, gerado por salários e escolaridade baixos. “O café também não paga royalty e gera menos impostos ao município. É outro indicador que pesa no IDH”, diz João Batista Rezende.
(Hoje
em Dia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário